A instalação de detectores de metal e de organizadores de filas em agências do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) está sendo bem recebida pelos médicos peritos da Previdência Social, que reivindicam mais segurança para os locais há pelo menos um ano.
Para o vice-presidente da Associação Nacional dos Médicos Peritos da Previdência Social (ANMP), Eduardo Henrique Rodrigues de Almeida, a medida não resolve todos os problemas, mas irá colaborar para a redução das agressões de segurados contra os profissionais.
Segundo a associação, dois peritos foram assassinados em menos de um ano: um em setembro de 2006, em Governador Valadares (MG), e outro em maio deste ano, em Patrocínio (MG). Os crimes seriam motivados pela negativa de concessão ou renovação de benefícios previdenciários pelos médicos, que entenderam que os segurados tinham condições trabalhar e não deveriam receber auxílios por doença ou afastamento.
Na semana passada, o Ministério da Previdência informou que os detectores de metal e os organizadores de fila serão instalados em todas 1.142 agências do INSS até o fim deste ano. Segundo comunicado do ministério, duas agências de Guarulhos, uma de Mogi das Cruzes, uma de Suzano e outra de Itaquaquecetuba, todas no estado de São Paulo, foram as primeiras a receber os equipamentos. Eles também estão em fase de instalação em, pelo menos, outros nove postos de atendimento do INSS, em sete estados.
Ainda de acordo com a Previdência, estão previstas a instalação de campainhas de alarme e a construção de saídas de emergência nos consultórios de perícia dos postos, além do monitoramento dos locais via circuito interno de televisão. Essas mudanças serão implementadas em 2008.
“Sobre os detectores de metal, já existe uma experiência que dura seis meses, em uma agência de Porto Alegre, no Rio Grande do Sul. Houve a detecção de cinco armas de fogo neste período, além de trinta armas brancas por mês. Fica demonstrado que as pessoas comparecem às perícias armados e em situação que põe em risco a vida do perito”, alertou Almeida.
O vice-presidente da associação dos peritos acrescentou que é necessária a aplicação de punições mais severas aos agressores e uma “reeducação previdenciária” dos segurados.
Ele afirmou que as pessoas não conhecem as regras para concessão dos benefícios do INSS e acreditam que podem se manter às custas da Previdência, mesmo tendo condições de trabalhar. “Existe um passivo de benefícios mal mantidos que, enquanto não for resolvido, a violência vai perdurar”, disse.
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