domingo, 4 de novembro de 2007

Os mitos e verdades sobre o reumatismo

Sob o nome de reumatismo incluímos hoje um grande número de quadros clínicos relacionados entre si, pois todos eles oferecem de maneira mais ou menos assinalada os sintomas principais do reumatismo, dores e inchaços. O reumatismo pode apresentar-se em estado agudo ou crônico; neste último, as dores deslocam-se pelas articulações, aparecem rápidas e caprichosamente em alguns pontos isolados do organismo provocando "picada". Mas não são apenas as dores, mas também as tumefações, que se podem apresentar sob todas as formas e todos os graus de intensidade e persitir tenazmente ou desaparecer tão rapidamente como chegaram, para voltarem a aparecer noutro ponto. As manifestações fixam-se de preferência na musculatura, nas articulações ou nos nervos. Em poucos casos apresenta-se reumatismo do peritônio, pleura, pericárdio, conjuntiva, meninge ou até mesmo do cérebro.

Conforme o tecido em que se apresenta a dor, assim se chama o reumatismo: muscular, articular, nervoso ou do orgão interno correspondente. Provavelmente a gota seja uma forma especial do reumatismo. Muitas vezes o reumatismo nervoso é chamado nevralgia. Se atacar os nervos terminais da zona dos quadris, falamos de ciática. Se as dores se produzirem nos grupos de músculos vizinhos do sacro, o mal chama-se lumbago. O reumatismo pode afetar os mais variados tecidos, constituindo portanto, uma doença geral. A medicina naturista tem mantido sempre o conceito deste caráter geral do reumatismo.

ORIGEM E CAUSAS
Até hoje ainda não se esclareceu cientificamente como se produz o transtorno dos órgãos centrais nervosos, conhecido como causa inicial do reumatismo em todas as suas formas. Diz o Prof. Dr. Gudzent que o reumatismo em todas as suas formas agudas e crônicas tem de ser considerado como doença alérgica, isto é, como reação de hipersensibilidade do organismo diante de qualquer substância. O tóxico produzido pela reação orgânica de hipersensibilidade deve procurar-se na albumina e quase exclusivamente na albumina dos ovos da alimentação.

Outros investigadores demonstraram, entretanto que, além da prejudicial albumina da alimentação, atuam como toxinas os produtos protéicos de excreção das bactérias e de outros organismos vivos, podendo ser origem de mudanças e alterações funcionais no sistema nervoso central, pelo que se deve insistir na destruição dos germes infecciosos de todo e qualquer tipo. Os focos sépticos têm de ser procurados nos dentes, amígdalas, ouvidos, seios nasais, apêndice, intestino, vesícula, ovários e na próstata. Por isso, uma infecção tuberculosa sofrida na meninice ou na juventude e depois curada também pode dar ocasião a uma mudança no sistema nervoso central e, portanto, à formação ulterior de um reumatismo. As primeiras conseqüências das alterações no sistema de regulação central são perturbações na irrigação sangüínea, em órgãos e tecidos. Se esta anormalidade na irrigação tem lugar num músculo, tudo se reduz a inflamações, dores e à conseqüente limitação de movimentos.

Mas, se o transtorno se produz, por exemplo, nos músculos cardíacos, produz-se então o estado de reumatismo cardíaco com todas as suas conseqüências para os vasos e a circulação. Se a perturbação da irrigação sangüínea pelo reumatismo se localiza nas glândulas de secreção interna, por exemplo nas supra-renais, então a enfermidade vai afetar a formação e secreção de hormônios com caráter grave. Precisamente, o desequilíbrio com respeito aos hormônios supra-renais, dos quais hoje o mais conhecido é a cortisona, provoca a enfermidade reumática. Da mesma maneira, podem enfermar de reumatismo as glândulas sexuais. Também o fígado pode ficar afetado pelo desvio da irrigação sangüínea, apresentando-se então o quadro clínico de hepatite reumática que pode levar à caquexia, se não for diagnosticada a tempo. Desde há muito que se conhecem transtornos reumáticos graves na irrigação sangüínea dos rins, e alterações reumáticas das proteínas sangüínea. Também se verificaram consideráveis alterações no conteúdo de fermentos dos tecidos e nas funções medulares.

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