quinta-feira, 22 de novembro de 2007

Azeredo se diz inocente e afirma estranhar denúncia perto da votação da CPMF

O senador Eduardo Azeredo (PSDB-MG) afirmou nesta quinta-feira que vai conseguir provar a sua inocência na denúncia de suposto envolvimento no chamado "mensalão tucano". Azeredo foi denunciado ao STF (Supremo Tribunal Federal)pela PGR (Procuradoria Geral da República) pelos crimes de peculato e lavagem de dinheiro, junto com mais 14 suspeitos de envolvimento no mensalão --que teria ocorrido na campanha a governador de Minas Gerais de 1998.

"A minha vida sempre foi limpa, vai continuar sendo. Nunca houve mensalão em Minas Gerais. Eu agora terei oportunidade de provar isso e mostrar com clareza a minha vida pública", afirmou.

O senador disse que sempre agiu com "absoluta correção" em todos os cargos públicos que ocupou. Por este motivo, Azeredo afirmou que não pensa em se afastar do PSDB ou de seu mandato no Senado Federal --mesmo com a denúncia da PGR. "Por que haveria? Não há nenhum motivo para isso. É a apenas uma proposta de abertura de processo, não tem porquê. Me sinto muito bem representando o povo mineiro no Senado."

Como um dos fundadores do PSDB, Azeredo disse não ver razões para pedir desligamento do partido. Azeredo considerou suspeito o fato da denúncia ter sido divulgada em meio às dificuldades que o governo federal encontra no Congresso para a aprovação de matérias, como a CPMF (Contribuição Provisória sobre Movimentação Financeira).

"É de suspeitar que a denúncia agora apresentada seja uma tentativa de comprometer a mim, ao partido e ao meu Estado, numa espécie de contrapartida às questões enfrentadas pelo governo e seus aliados", afirmou.

O senador disse que, por duas vezes, o Conselho de Ética já arquivou pedido para investigar o seu suposto envolvimento com o mensalão tucano, o que enfraquece as acusações. "Isso faz parte da democracia. Depois que eu souber do que estão me acusando vou poder me defender. Eu nunca me beneficiei de nenhum recurso público", disse.

Campanha
Em nota oficial, o senador esclarece que não houve desvio de recursos públicos em sua campanha ao governo de Minas Gerais em 1998. Azeredo afirma que sua campanha foi realizada pela empresa Duda Mendonça, e não pela SMP & B --acusada de patrocinar o mensalão mineiro.
"Os empréstimos feitos pela SMP & B junto ao Banco Rural não tiveram meu conhecimento ou autorização. Também não contaram com minha assinatura, meu aval, ou de membros do PSDB. Além disso, as estatais mineiras têm autonomia financeira."

O senador admitiu, porém, que podem ter ocorrido irregularidades na campanha sem o seu conhecimento ou aval. "A campanha eleitoral é muito ampla. É assim em todo e qualquer Estado. Eu sempre confiei nas pessoas que trabalharam comigo", disse.

Azeredo considerou "lamentável" o fato do relatório produzido pela Polícia Federal que embasou a denúncia da PGR ter se baseado do documentos falsos. "Tal documentação foi fabricada por um lobista que responde a diversos processos, inclusive, por falsificação de documentos. Esse falsário é por mim processado", afirma ele na nota.

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