Em apenas um mês (setembro), os satélites do Centro de Pesquisas do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) detectaram 1.453 focos de incêndio na Bahia. O número foi 105% a mais que o registrado no mês anterior (709 incêndios). A maioria deles estava concentrada nas regiões oeste e Chapada Diamantina, onde 20 municípios estão em situação de emergência desde o início do mês.
De acordo com os dados do Centro de Previsão do Tempo e Estudos Climáticos (CPTEC), a Bahia é o quinto Estado no Brasil com maior número de focos de incêndio, registrados por imagens de satélites entre os dias 1º de janeiro e 12 de novembro. Foram 5.468 focos, contra 4.304 focos em igual período do ano passado. Um aumento de 27%.
Os prognósticos analisados pela Superintendência de Recursos Hídricos do Estado, indicam ainda que a situação é crítica em boa parte da região Nordeste, com “ocorrências severas e riscos críticos de focos de queimadas” nos Estados do Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Goiás, Bahia, Maranhão, Pará e sul da Amazônia.
Situação grave – De acordo com o Comando do Corpo de Bombeiros sediado em Lençóis, a situação mais grave está nos municípios de Mucugê, Andaraí e Rio de Contas, onde o fogo está sem controle em algumas regiões. Em Mucugê, uma coluna de incêndio, com mais de dois quilômetros de extensão, ameaça várias regiões; enquanto em Andaraí, um outro foco, com mais de 500 metros, é qualificado como de grandes proporções. Em Rio de Contas, o fogo está sendo controlado no Pico das Almas, mas ainda existem focos. Segundo os Bombeiros, os maiores focos já foram controlados nos municípios de Paramirim, Lençóis e Piatã.
Segundo informações do coronel do Corpo de Bombeiros Djalma Duarte Santos, que chefia a Operação Chapada, a iniciativa vai concentrar esforços em Mucugê, onde o quadro tende a se agravar ainda mais.
O capitão Júlio César, de plantão no Corpo de Bombeiros em Lençóis, disse que ainda existem focos de incêndio no município de Livramento. “Os problemas começam a partir das 11 horas, quando o sol se torna mais forte e surgem as queimadas, muitas delas provocadas pelos próprios fazendeiros”, disse.
Ajuda emergencial – A maior quantidade de focos ocorreu a partir de setembro, quando a seca se fez mais forte na Chapada Diamantina. A região tem mais de 350 pessoas, entre soldados do Corpo de Bombeiros de Salvador, Feira de Santana, Lençóis e Brasília (Distrito Federal) e voluntários do Ibama e dos municípios vizinhos na área.
O Ministério da Integração Nacional deslocou para a Chapada Diamantina 32 militares do Corpo de Bombeiros de Brasília, um avião de reconhecimento e equipamentos com bombas-costais (com capacidade para 18 litros de água) individuais e abafadores.
Na região da Chapada, já estão outros dois aviões e um helicóptero, cedidos pelo governo do Estado, além de veículos com tração nas quatro rodas, que saem do município de Rio de Contas para combater as chamas nas áreas afetadas de difícil acesso.
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