quarta-feira, 12 de dezembro de 2007

Movimento suprapartidário protesta contra paralisia da Câmara

Deputados do PSOL, PPS, PV e PSDB protocolaram nesta quarta-feira um requerimento que cobra a regularização das sessões plenárias da Câmara e o fim da paralisia da Casa. Com o impasse envolvendo as negociações sobre a aprovação da CPMF (Contribuição Provisória sobre Movimentação Financeira) no Senado, as votações na Câmara foram suspensas.

"Essa atitude revela que o governo constitui maioria na base da barganha. Não é justo que a Câmara pague por isso", afirmou o líder do PSOL na Casa, Chico Alencar (RJ). "É inadmissível o procedimento adotado pela Câmara", disse ele, referindo-se ao fato de as atividades na Casa estarem restritas às comissões.

A Câmara está com a pauta trancada e sem votações há pouco mais de três semanas. A última votação ocorreu no dia 20 de novembro. Logo depois, aliados do governo concluíram que o ideal seria suspender as votações porque várias propostas aprovadas pelos deputados são remetidas ao Senado, o que poderia tumultuar as articulações em torno da CPMF.

A única exceção ocorreu na semana passada quando o plenário da Câmara escolheu os integrantes do CNJ (Conselho Nacional de Justiça) e também do CNMP (Conselho Nacional do Ministério Público).

Mas os parlamentares defendem que todas as votações sejam retomadas. O requerimento com a solicitação foi assinado por deputados de vários partidos, como Alencar, Raul Jungmann (PPS-PE), Fernando Gabeira (PV-RJ), Paulo Renato de Souza (PSDB-SP) e Zenaldo Coutinho (PSDB-PA), entre outros.

"Falta a 'elite' da Câmara reagir ao que está ocorrendo. Não podemos ficar reféns da mediocridade. Temos 149 projetos que tratam de acordos internacionais, por exemplo, que poderiam ser votados porque não envolvem polêmicas. Mas nem isso aconteceu", reagiu Gabeira.

Ontem o mesmo grupo que assinou o documento fez um protesto no plenário da Câmara. Com cartazes, os deputados reclamaram da paralisação da Casa e pediram para que as votações fossem retomadas.

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