Constam nos registros do Grupo Especial de Repressão a Roubos em Coletivos (Gerrc) 1.719 assaltos a ônibus ocorridos este ano, 387 a mais do que em 2006. Este dado ainda é contestado pelos rodoviários, que acreditam ser um número muito maior. Por conta da falta de segurança e os inúmeros atentados sofridos, a categoria decidiu protestar paralisando a cidade em horários de pico. Anteontem eles fecharam a Estação da Lapa, no início da noite, e na manhã de ontem, trancaram o trânsito no Terminal da França, bairro do Comércio, ponto escolhido por motoristas e cobradores para pedirem mais segurança no transporte coletivo. O manifesto causou grande congestionamento que se estendeu do Viaduto dos Engenheiros – nas imediações da Fonte Nova – até o Comércio, e em vários pontos da cidade, além de uma fila quilométrica no Elevador Lacerda. O próximo ato está marcado para quinta-feira, às 18 horas, na Estação Pirajá.
Indignados com o descaso das autoridades, os rodoviários reclamam da violência que os vitima constantemente. O fato mais recente ocorreu no último final de semana, quando os motoristas Edson da Silva Cerqueira, da empresa Ondina, e José Washington Vasconcelos Alves, da 2 de Julho, foram baleados. O primeiro que se encontra internado em estado grave, teve o abdômen perfurado por um policial de pré-nome Jansen. O motivo do ocorrido, segundo informações, teria sido porque a mãe do agressor se desequilibrou dentro do ônibus. A segunda vítima foi atingida no pescoço com o ônibus em movimento.
As duas reivindicações ocorridas em menos de 20 horas – a primeira aconteceu na Estação da Lapa no final da tarde de segunda-feira -, não se restringem apenas à falta de segurança. Embora tenha sido o principal motivo de vários motoristas estarem afastados do serviço com transtornos psíquicos decorrentes de assaltos. A liderança pede ainda a instalação de banheiros nos terminais, retirada de quebra-molas, pois o excesso está prejudicando a coluna dos motoristas e cobradores, e revisão da carga horária, considerada por eles apertada para a quantidade de viagens exigidas.
Conforme o presidente do Sindicato dos Rodoviários, Manoel Machado Filho, a falta de segurança é muito grande e as câmeras instaladas nos coletivos servem apenas para fiscalizar o trabalho dos motoristas e cobradores. “Não tenho conhecimento de que nenhum marginal tenha sido identificado com as câmeras. Iremos parar sempre em pontos estratégicos da cidade até que o problema seja solucionado”.
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