quinta-feira, 1 de novembro de 2007

Bradesco luta para manter contas de servidores

Ao chegar em um posto ou agência do Bradesco para realizar qualquer operação financeira, o servidor público do Estado é abordado por uma moça ou rapaz de ares simpáticos. Na camiseta branca da representante do banco consta a seguinte pergunta: Servidor Público, mudar pra que?. A estratégia implementada pelo Bradesco faz parte da luta por manter a gestão do pagamento dos salários de parte dos 240 mil funcionários da administração estadual. A partir deste mês de novembro as contas dos servidores migram para o Banco do Brasil. O convênio entre o BB e o Governo Estadual foi assinado em 18 de outubro.

Dentro do plano de fidelização, a instituição financeira promete algumas vantagens aos servidores. Os “atrativos” vão desde a isenção de tarifas e anuidades no cartão de crédito até redução de taxas de manutenção. Segundo uma funcionária, que preferiu não se identificar, a adesão permitirá a transferência gratuita, sem incidência de CPMF. Ela acredita que muitas pessoas devem continuar com o Bradesco. “Desde o início da nossa mobilização, na segunda-feira (29), 100 pessoas já renovaram contrato conosco”, garante.

Entre os servidores que preferem manter a conta no Bradesco está Irinalvo Roque da Silva, que alega ser cliente do banco há pelo menos 20 anos. O engenheiro, que trabalha na Companhia de Engenharia Rural da Bahia (Cerb) afirma que uma mudança, a essa altura, não seria positiva, pois utiliza bastante o serviço de débito em conta.

O motorista Pedro Alves, cliente também há vários anos, credita sua permanência com o Bradesco à acessibilidade aos serviços da instituição, sobretudo no interior. Dados do Bradesco apontam que 99% dos 417 municípios baianos contam com um posto ou agência de atendimento bancário.

De acordo a gerente de uma das agências do Bradesco em Salvador, a instituição está respaldada nas resoluções 3424/2006 e 3402/2006 do Banco Central. Os artigos prevêem que o servidor pode escolher qual instituição fará o pagamento de seus vencimentos.

Sem acordo - Ainda assim, muitos funcionários do Estado preferem mudar de banco. Funcionário público há 15 anos, Dan Viegas afirma que o Bradesco acordou tarde. “Eles sempre cobraram inúmeras taxas. Nós começávamos o mês com um valor na conta e em cinco dias perdíamos muito dinheiro”.

No contrato assinado com o Governo da Bahia, O Banco do Brasil assegura uma série de benefícios ao servidor e isso parece ter conquistado o motorista Lindinor Alves. “Nós teremos cartões de crédito com maior limite e pagaremos menos por diversos serviços”.

Além disso, o banco público oferece ao Estado uma contrapartida de R$ 485 milhões, para investimentos em cultura, agricultura familiar e ações de desenvolvimento social.

Para atender à demanda dos funcionários públicos, o BB anuncia a ampliação dos serviços, principalmente no interior.

Segundo informações da superintendência regional do Banco do Brasil, serão criados 124 novos pontos de atendimento para expandir a cobertura dos atuais 94% para todos os 417 municípios baianos. Para isso, serão investidos R$ 121 milhões na criação, modernização e relocalização da rede de atendimento na Bahia.

O Banco do Brasil vai passar a operar a conta de cerca de 253 mil funcionários públicos, entre ativos e inativos. O banco já é responsável pelo pagamento dos 20 mil servidores da Secretaria da Saúde (Sesab) e de outros 18 mil funcionários do estado que migraram para ele por decisão judicial ou por falta de agência do Bradesco próxima.

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