quinta-feira, 1 de novembro de 2007

Índices de violência de cidades da Copa-2014 se aproximam da África do Sul

Uma pergunta sobre violência no Brasil irritou o presidente da CBF logo após o país ser confirmado, na Suíça, como sede da Copa de 2014. Ricardo Teixeira passou então a citar casos em países ricos. Mas as áreas brasileiras que vão abrigar o Mundial estão muito mais para África do Sul do que Estados Unidos, Canadá ou Europa.

Segundo o Mapa da Violência elaborado pela Organização dos Estados Americanos para a Educação, Ciência e Cultura, o Brasil como um todo teve uma média anual de 27 assassinatos para cada 100 mil habitantes entre 2002 e 2004. Entre abril de 2004 e março de 2005 (as estatísticas lá são feitas de acordo com o ano fiscal), essa taxa ficou em 40 na África do Sul.

Só que as cidades candidatas para abrigarem o Mundial brasileiro têm índices até maiores do que o sul-africano. Recife (91), Maceió (62), Rio (57), Belo Horizonte (55), Cuiabá (49) e São Paulo (48) são municípios com mais assassinatos do que a média geral da África do Sul.

Porto Alegre, Rio Branco, Goiânia, Brasília, Curitiba, Campo Grande e Belém ficaram entre 30 e 40 homicídios para cada 100 mil habitantes entre 2002 e 2004, números próximos dos sul-africanos.

A sede do Mundial de 2010 não tem um descompasso tão gigante entre grandes e pequenas áreas. A Província onde fica Johannesburgo, onde ficarão dois estádios da Copa, teve no ano passado 39,8 assassinatos para cada grupo de 100 mil moradores, basicamente a mesma taxa nacional. O Estado do Rio, que deve abrigar a decisão em 2014, teve uma taxa de 49 homicídios para 100 mil habitantes em 2004, quase o dobro da do Brasil como um todo.

E, pelo menos no caso dos assassinatos, a África do Sul vem evoluindo. Entre abril de 2001 e março de 2002, Johannesburgo teve 948 homicídios. Esse número caiu para 611 no período entre abril do ano passado e março de 2007. Em Soweto, uma área com elevados índices de pobreza, passou de 687 para 474 na mesma época.

No Brasil, segundo o Mapa da Violência, o número de homicídios cresceu de 32.603 pessoas em 1994 para 48.374 dez anos depois. Em algumas cidades, no entanto, os assassinatos vêm caindo --a capital paulista é um exemplo desse movimento.

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