Juazeiro é a quarta maior renda agrícola do país. É o que garante o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), através da realização da pesquisa “Produção Municipal Agrícola 2006”, que teve o resultado divulgado no último dia 18 no Jornal Valor Econômico. O município baiano saltou da 18ª posição alcançada em 2005 para o quarto lugar no ranking nacional. O valor de produção atingiu o montante de R$ 520 milhões, 56,3% a mais em 2006. O município de Petrolina saltou do 14º lugar para o sexto, tendo um crescimento de 18,6% em relação ao ano de 2005.
Para o analista da coordenação de Agropecuária do IBGE, Carlos Alfredo Guedes, o resultado se deu por que no Vale do São Francisco a terra e a mão de obra são mais baratas e os governos oferecem mais incentivos. Ele disse ainda que o clima, a água, o solo, as técnicas de irrigação e também dos preços das frutas contribuíram para o resultado positivo. Em Juazeiro, a manga registrou um aumento de 15,5% e a uva, de 30,5%.
As produções de soja do Mato Grosso, como Sorriso, Campo Novo dos Parecis e Campo Verde foram superadas pelo pólo nordestino de frutas, que produz o ano inteiro. Para o presidente da Associação Comercial, Industrial e Agrícola de Juazeiro (Aciaj), Paulo Henrique Barreto, os produtos exportados pela região têm um custo-benefício bem aquém do mercado. “Isso reflete em geração de emprego, renda e, lógico, também aquece o comércio. O aspecto geral da cidade está mudando são novas empresas e investimentos chegando e para mim isso não é novidade, pois nossa cidade começa a colher os frutos plantados há muitos anos”, afirma.
O empresário do setor de máquinas agrícolas, Murilo Matos, disse que sentiu o reflexo da alavancada da renda agrícola em 2006. “Em 2005 houve uma retraída no mercado por conta de problemas relacionados ao clima, mas em 2006 a produção teve um crescimento bom que continua neste ano de 2007. Vale salientar que as pessoas estão comprando com responsabilidade, onde o índice de inadimplência vem diminuindo no segmento de máquinas”, acrescentou.
Matos informa que o faturamento cresceu de 2006 para 2007 em 40%. Ele explica ainda que empresários de países como França e Portugal, bem como, do estado brasileiro do Rio Grande do Sul, tem procurado a região para o plantio, principalmente da uva e da manga.
O prefeito Misael Aguilar (PMDB) ficou muito feliz com a nova posição do município no ranking nacional e disse que, como todo juazeirense, se sente orgulhoso. “Somos a terceira cidade do Estado da Bahia e local de forte migração porque as pessoas vêem oportunidades aqui. Somos a cidade do interior do estado que mais cresceu, com uma população de mais 230 mil habitantes. Subir do 18º lugar para a quarta posição no país mostra que temos um povo trabalhador, terras férteis, tecnologia, produtividade, mercado e mão-de-obra qualificada. Tudo isso mostra que estamos no caminho certo. Juazeiro não é uma terra onde muitos querem ‘do já foi’ e ‘do já era’, mas de futuro”, ressalta, dizendo que fica muito contente em poder participar com esforço, trabalho e planejamento, para que o reconhecimento aconteça em nível nacional.
Aguilar lembrou que recentemente Juazeiro foi destaque no cenário estadual como a primeira cidade do interior a gerar mais oportunidades de emprego e ainda destacou que o município tem sido destino final para empresários que estão apostando em novos negócios. “Começou a funcionar recentemente na região uma fábrica de desidratação de frutas, que vem abrindo novas oportunidades de mercado. É um avanço extramente positivo de empreendedores com visão de futuro, agregando valor ao produto que poderia ser descartado. Tenho certeza que essa experiência do grupo costariquenho será de sucesso”, assegura.
O município de São Desidério, no Oeste baiano, deteve a maior renda agrícola entre os municípios do país em 2006. A cidade é conhecida pela maior produção de algodão herbáceo. O município de Sapezal (MT), que em 2005 deteve a maior renda agrícola em 2005, caiu para o segundo lugar no ranking geral. Sorriso (MT), que tinha o segundo lugar despencou para a sétima posição.
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