sexta-feira, 30 de novembro de 2007

Famílias ocupam casarões do Centro que correm risco de desabamento

Através de sua assessoria de imprensa, a Conder afirmou, anteontem, que não há riscos de desabamento dos casarões localizados no Centro Histórico. Negou a possibilidade de uma tragédia na área, e disse que não há perigo de que alguém morra num eventual desabamento, porque os casarões foram desocupados. Mas não é bem assim. Há inúmeros imóveis ainda em pé por verdadeiro milagre, a maioria deles ocupados por famílias que contam apenas com a proteção divina. Se esta falhar.

Em bairros como Dois de Julho, Barbalho, Saúde, Santo Antônio, Carmo e ruas do centro bastante conhecidas como Rua do Sodré, Ladeira da Misericórdia, Rua da Preguiça, Areal de Baixo, 28 de setembro, Rua do Tesouro, ainda é grande a presença de casarões arruinados pelo tempo e pela falta de condições ou desinteresse dos proprietários de fazer reformas. Nesses locais habitam muitas pessoas e famílias de sem-teto.

Considerados impróprios para moradia pela Coordenadoria de Defesa Civil, Codesal, cdevido ao estado precário de conservação, casarões antigos de arquitetura barroca, danificados pelo tempo e pela ausência de manutenção, verdadeiras ruinas, oferecem cada vez mais riscos aos seus moradores e tran seuntes.

Mas apesar do risco, e das declarões da Conder, eles estão habitados por centenas de famílias.

O número de imóveis habitados ultrapassa os 300. De acordo com dados da Codesal, dos 414 casarões catalogados pelo órgão no Centro Histórico e em bairros mais antigos da cidade, 82 apresentam risco de desabamento alto, enquanto o restante, 332 imóveis, estão total ou parcialmente habitados. Destes, 138 estão em condições precárias, mas tidas como suportáveis.

Os 194 restantes – o equivalente a 47% do total – foram considerados isentos de risco e se dividem entre ruínas estáveis e prédios incluídos em programas de recuperação do patrimônio histórico desenvolvidos por órgãos públicos e organizações não governamentais. A Coordenação especifica ainda que 82 casarões oferecem risco alto, 46 risco médio e 92 risco baixo. O Centro Histórico, considerado patrimônio da humanidade pela Unesco, desde 1985, é um dos lugares da cidade que mais reservam casarões em risco de desabamento.

Segundo relatórios da Codesal, os motivos principais para a situação precária do casario secular são a ação natural do tempo e a falta de manutenção por parte de seus proprietários. Os próprios engenheiros costumam explicar que a realização de medidas emergenciais seria até mesmo, desnecessária diante do péssimo estado em que se encontram os imóveis. Em todo o centro antigo não é difícil observar famílias carentes morando em imóveis de risco. Na Rua Areal de Baixo, no Dois de Julho, quatro famílias ocupam um casarão apontado pelo Codesal, como de alto risco de desabamento.

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