O líder do DEM no Senado, José Agripino Maia (RN), reagiu nesta sexta-feira às novas críticas do presidente Luiz Inácio Lula da Silva ao partido. No blog do DEM, Agripino afirma que o presidente está "apavorado com a perspectiva de ser obrigado a governar com responsabilidade, sem a gastança imoral que caracteriza o seu governo".
Agripino diz, no site do partido, que os ataques de Lula são injustos à oposição. "Seria melhor o presidente se calar, por exemplo, a respeito de assuntos como a sonegação de impostos. Ou será que ele esqueceu que, na campanha dele à Presidência da República, o PT, partido dele, pagou ilegalmente R$ 10,5 milhões a Duda Mendonça no exterior sem nada declarar à Receita Federal?", questionou o líder.
Pelo terceiro dia seguido, Lula criticou o DEM --a quem chama pelo antigo nome (PFL)-- por ser contrário à proposta que prorroga a cobrança da CPMF (Contribuição Provisória sobre Movimentação Financeira) até 2011.
Lula disse hoje que os partidos políticos "não podem ficar reféns de um discurso de um partido como o DEM que não tem nada a perder". "O PFL [atual DEM] não tem perspectiva de poder. Porque só tem um governador, que é nosso aliado e quer a CPMF", afirmou o presidente se referindo a José Roberto Arruda (DEM-DF).
No blog, Agripino rebate as palavras do presidente ao afirmar que "quem não pode seguir refém da extorsiva carga tributária" é o Brasil. "Que o presidente não nos insulte, porque estamos defendendo o crescimento do país", completou.
Acusações
Em meio à troca de acusações, o presidente Lula aposta na adesão de parte da bancada do PSDB à proposta que prorroga a CPMF. Como o DEM promete votar unido contra a matéria, Lula disparou as críticas ao partido e isentou os tucanos na tentativa de conquistar pelo menos três votos da bancada do PSDB.
O líder tucano no Senado, Arthur Virgílio (AM), reiterou nesta sexta-feira que os 13 senadores da bancada vão votar contra a prorrogação da CPMF. Os governistas apostam, porém, que pelo menos três senadores poderão "trair" o partido e acompanhar o Palácio do Planalto na votação: Lúcia Vânia (GO), Eduardo Azeredo (MG) e Cícero Lucena (PB).
Oficialmente, os três senadores negam essa possibilidade. Mas, nos bastidores, vêm sendo pressionados pelos governadores tucanos para que mantenham a vigência da contribuição.
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