O líder cubano Fidel Castro publicou hoje um novo artigo, no qual acusa os Estados Unidos de encorajar os conflitos internos na Venezuela e volta a alertar para o risco de um atentado contra o presidente venezuelano, Hugo Chávez.
O artigo, intitulado "Um povo sob fogo", denúncia que a Venezuela enfrenta hoje a "tirania mundial" dos EUA, às vésperas do referendo sobre a reforma constitucional promovido por Chávez e que será realizado no domingo.
"Os meios mais sofisticados desenvolvidos pela tecnologia, utilizados para matar seres humanos e humilhar os povos ou exterminá-los; a semeação massiva de reflexos condicionados na mente; o consumismo e todos os recursos disponíveis, são utilizados hoje contra os venezuelanos", afirma Fidel.
"O império criou as condições propícias para a violência e os conflitos internos", afirmou.
Fidel lembrou que, durante a última visita de Chávez a Cuba, no dia 21, conversou com ele "muito seriamente" sobre os riscos de assassinato aos quais o líder venezuelano está se expondo ao circular em veículos abertos.
"O Governo irresponsável do império não pára um minuto para pensar que um magnicídio ou uma guerra civil na Venezuela, devido a suas reservas de hidrocarbonetos, fariam explodir a economia mundial globalizada", diz Fidel.
"Não bastaria o triunfo do 'sim' em 2 de dezembro. As semanas e meses posteriores a essa data serão essencialmente duros para muitos povos, entre eles o de Cuba, se é que as aventuras do império não conduzirão o planeta a uma guerra atômica, como já confessaram seus próprios chefes", afirma.
A Venezuela, o principal parceiro econômico e aliado político de Cuba, envia diariamente mais de 90 mil barris de petróleo diários à ilha, que Havana retribui com serviços médicos, educativos e esportivos.
A troca bilateral de bens e serviços, "que era de quase zero, subiu para mais de US$ 7 bilhões anuais, com grandes benefícios econômicos e sociais para ambos os povos", declarou Fidel.
"De lá (Venezuela) recebemos atualmente a provisão fundamental de combustível que o país consome, muito difícil de adquirir em outras fontes devido à escassez de petróleo leve, à insuficiente capacidade de refino e ao poder dos EUA e às guerras que gerou para se apropriar das reservas de petróleo e gás no mundo", diz.
Fidel, de 81 anos, se recupera de uma grave doença, que o obrigou a delegar o poder a seu irmão Raúl Castro, em julho de 2006.
Durante os últimos meses, o líder cubano vem publicando artigos nos quais alerta para o risco de atentado contra Chávez e declara sua admiração pelo presidente venezuelano.
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