Pelo menos uma dezena de clubes de São Paulo vai se unir no próximo aniversário da cidade em uma tentativa de aproximar a vida noturna da capital paulista do poder público.
A iniciativa tomou forma em uma reunião realizada na noite da última sexta-feira, da qual participaram as casas CB Bar, Clash Club, D-Edge, Funhouse, Glória, Inferno, Outs, Spks, Studio SP e Vegas. Outros clubes estão sendo contatados para participar do programa. É a primeira vez que esse tipo de ação ocorre em São Paulo.
A iniciativa ganhou o nome Noite Viva: Uma Noite pela Valorização da Vida Noturna de São Paulo. Cada clube terá uma programação para o dia 25 de janeiro, mas a divulgação será feita em conjunto, com um único flyer.
Para cada cliente que pagar ingresso, o clube doará um quilo de alimento para a ONG Banco de Alimentos.
"A intenção é reunir boa parte dos clubes para comemorar o aniversário da cidade e aproximar as casas noturnas do poder público", afirma o empresário Alexandre Youssef, proprietário do Studio SP.
Os participantes dizem que a iniciativa não tem viés político e que não há um confronto com a prefeitura. Mas ela é uma reação ao fato de que, nos últimos meses, vários bares e casas noturnas foram lacrados por supostas irregularidades.
"A prefeitura cumpre o papel dela de fazer a fiscalização. Cada clube tem uma relação com a prefeitura. A nossa ação prega a valorização da vida noturna de São Paulo", diz Youssef. "Queremos manter parcerias com a prefeitura, participar do calendário oficial da cidade. Vivemos um momento especial, de diversidade da noite. Queremos aproveitar esse momento para iniciar alguns projetos."
Linha direta
"Vamos convidar o prefeito Kassab e o secretário Andrea Matarazzo [das Subprefeituras], para que eles conheçam os clubes, para que haja uma linha de comunicação direta com a prefeitura", afirma André Barcinski, do clube Clash.
Os participantes pretendem repetir a ação nos anos seguintes. Há a idéia de copiar iniciativas que acontecem em cidades européias, como Londres, em que com um ingresso único os clientes podem entrar em diversas casas noturnas.
"Quando se abre uma casa noturna, você se sente solitário, sem ninguém para te dar um apoio", diz André Hidalgo, do clube Glória. "Com essa iniciativa, poderemos discutir melhor os problemas das casas noturnas, como a burocracia para conseguir um alvará."
"A sociedade em geral talvez não perceba, mas a vida noturna da cidade é muito importante, pois movimenta uma engrenagem econômica em vários setores: hoteleiro, restaurantes, estacionamentos", afirma Barcinski.
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