A entrevista organizada ontem era para anunciar o primeiro reforço do Corinthians após a chegada do técnico Mano Menezes. Mas, além de apresentar o zagueiro Chicão, o diretor técnico Antônio Carlos mandou um recado ao goleiro Felipe, destaque do time na fracassada campanha que levou a equipe à Série B nacional.
"Ele tem que colocar a cabeça no lugar", disse o dirigente, que não gostou de saber que o jogador havia recusado um aumento salarial de 80%. O goleiro ganha R$ 30 mil mensais e passaria a receber R$ 54 mil se aceitasse a proposta do clube.
"O Felipe tem contrato até 2011 e tem uma proposta de 80% de aumento. Isso é ótimo", afirmou o dirigente, que disse estar mantendo conversas com os procuradores do atleta.
"Reconhecemos o que ele fez e estamos caminhando para satisfazer o Felipe. Agora, ele tem de se adequar à nossa realidade", completou o cartola.
Antônio Carlos falou também que, com a chegada da nova diretoria, uma nova filosofia está sendo implantada. Ele negou ter uma lista de dispensas e disse que não vai se deixar influenciar pelo que aconteceu antes de sua chegada. O exemplo claro foi o seu discurso sobre Zelão e Fábio Ferreira --acusados de "festeiros".
"O que os jogadores fazem fora de campo não é problema meu. Eles têm que render no treinamento, no campo. Têm que ser profissionais", disse o dirigente corintiano.
Já sobre o reforço, o Corinthians ganhou um zagueiro com a cara da Série B. Chicão herdou o apelido do ex-volante são-paulino que esteve no Morumbi nos anos 70. Como o xará famoso, o corintiano já defendeu o Mogi e disse saber bem o que é encarar uma segunda divisão.
"É pegada, vontade, determinação. Estou pronto para ajudar o Corinthians a voltar para a Série A", afirmou.
Autor de dez gols no Brasileiro, o jogador, de 26 anos, diz chegar para tomar conta da equipe.
"Acho que o zagueiro tem a missão de cobrar os companheiros. Venho para ajudar e estou com muita vontade."
E decisão parece não faltar ao jogador. Da dezena de gols marcados por ele, sete saíram de jogadas de bola parada: cinco de pênalti e dois de falta. "Realmente a bola parada é uma jogada em que posso ajudar. É com esse intuito que chego aqui no Corinthians também."
A comparação com o zagueiro Juninho, ex-Botafogo, e que foi contratado pelo arqui-rival São Paulo foi inevitável. E em sua defesa, o agora diretor corintiano fez o julgamento.
"Já conhecia o Chicão quando da minha passagem pelo Juventude e sei do seu potencial. A diferença entre ele e o Juninho é que o Juninho atuou por um grande clube, o Botafogo, e o Chicão não. O Chicão se destacou por uma equipe média e, convenhamos, isso é muito mais difícil", falou Antônio Carlos.
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