O dólar comercial é negociado a R$ 1,779 para venda, em declínio de 0,83%%, nos primeiros negócios desta sexta-feira. Esse é o menor valor verificado desde abril de 2000.
Ontem, o mercado de câmbio fechou o dia negociando a moeda americana a R$ 1,794, pela terceira vez neste ano abaixo de R$ 1,80. Na quinta-feira da semana passada (dia 18), a moeda já havia fechado a R$ 1,788, cotação mais baixa desde julho de 2000.
Para corretores de câmbio, o declínio da taxa cambial, já ontem, refletia a expectativa de um forte ingresso de recursos nos próximos dias. O mercado se impressionou com o volume do IPO (oferta pública de ações) da Bovespa Holding, que superou R$ 6 bilhões, com a participação dos investidores estrangeiros nessas operações chegando a 80%.
A agenda econômica de hoje está relativamente mais calma na comparação com quinta-feira. No Brasil, investidores e analistas devem ficar atentos à divulgação do IPC da Fipe, da terceira semana de outubro. O índice apontou alta de 0,15%, contra 0,19% na quadrissemana imediatamente anterior, segundo dados divulgados nesta quinta-feira.
Nos EUA, o destaque fica por conta do Índice de Confiança do Consumidor, medido pela Universidade de Michigan.
Dados sobre confiança do consumidor na economia são acompanhados com atenção nos EUA, uma vez que o consumo responde por cerca de dois terços de toda a atividade econômica do país.
A força do BC
Corretores questionam se o Banco Central vai "disposição" para evitar que as taxas de câmbio permaneçam na casa dos R$ 1,70, com o forte fluxo de recursos dos últimos meses. Diariamente, o BC adquirido dólares no mercado.Profissionais das mesas de câmbio notam, no entanto, que são quantias inferiores ao que o BC costumava tomar até meados de agosto, quando interrompeu essas operações, para reiniciar somente há 15 dias. Agora, especula-se que a autoridade monetária pode elevar a "dose" nos próximos dias, para barrar uma derrocada das taxas de câmbio.
O BC também indicou que vai retomar os leilões de "swap cambial", tipo de operação que costuma pressionar as cotações. Especialistas têm dúvidas se todas essas medidas devem bastar para deter o declínio dos preços da moeda americana.
Uma outra corrente do mercado lembra que os meses de novembro e dezembro são, historicamente, de saída de recursos.
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