sexta-feira, 26 de outubro de 2007

Vencedores do Vladimir Herzog são premiados em festa do Teatro Sérgio Cardoso

A premiação do "XXIX Prêmio Jornalístico Vladimir Herzog de Anistia e Direitos Humanos" foi realizada ontem (25), no Teatro Sérgio Cardoso, em São Paulo (SP). A cerimônia começou por volta das 20h, com a abertura do grupo de teatro "União e Olho Vivo", que está há 41 anos difundindo a cultura brasileira nas periferias do país. A equipe executou uma versão do Hino Nacional Brasileiro com toques de violão, berimbau e tamborim.

A apresentação da solenidade foi feita pelos jornalistas Mônica Waldwogel e Heródoto Barbeiro, que conduziram a entrega dos prêmios de nove categorias: Revista, TV-Reportagem, Arte, Livro-Reportagem, Internet/Site, Rádio, Jornal, Fotografia e Documentário ou Especial. Além disso, também foi premiada a equipe de estudantes de jornalismo da Universidade Cruzeiro do Sul pelo III Prêmio Vladimir Herzog de Novos Talentos do Jornalismo.

Guto Camargo, presidente do Sindicato dos Jornalistas de São Paulo (SJSP), discursou na abertura do evento, destacando a importância de "tornar visível o trabalho dos jornalistas que escrevem na área de Direitos Humanos". A premiação contou com a presença de jornalistas como Ana Paula Padrão e Caco Barcellos, personalidades políticas como o presidente da Câmara dos Deputados, Arlindo Chinaglia e o ministro dos Direitos Humanos, Paulo Vanuchi, além de familiares de Herzog e de outros mortos ou desaparecidos durante a Ditadura Militar no Brasil.

Além dos vencedores, que receberam troféus esculpidos pelo artista plástico Elifas Andreato, a comissão organizadora homenageou cidadãos que atuam em prol dos Direitos Humanos no Brasil: o ministro Paulo Vanuchi, o cardeal Dom Paulo Evaristo Arns, o rabino Henry Sobel, o advogado e Deputado Federal, Luiz Eduardo Greenhalgh, o artista plástico Elifas Andreato e o jornalista Caco Barcellos. O rabino declarou estar honrado por receber a homenagem já que "Vlado deu a vida por uma causa maior, uma causa sagrada: a democracia. É por causa dele que estamos aqui para consolidar a obra desses defensores da dignidade humana", finaliza.

Caco Barcellos, também homenageado, afirmou ao Portal IMPRENSA que o Prêmio Herzog ajuda e estimula os profissionais que praticam a defesa dos Direitos Humanos, um trabalho cada vez mais necessário. "As pessoas precisam saber que há parceiros alinhados com o mesmo objetivo e que não fraquejam diante do inimigo que quer destruir os poucos que ainda se preocupam com essa causa. Não acho que resolva, mas seria muito pior se não existissem os que defendam a vida das pessoas", finaliza.

A repórter Eliane Brum, vencedora do Prêmio de Revista com a reportagem "No Brasil do Zé Capeta", veiculada na Revista Época, em fevereiro deste ano, declarou que ganhar o prêmio foi "imensamente importante, já que reconhece o trabalho de quem fala sobre esse 'Brasil invisível', que não está freqüentemente nas páginas dos jornais e revistas, mas que é a maior parte de nosso país e que precisa ser olhado. Essa é a prova de que estamos fazendo direito o nosso trabalho".

Organizado pela Associação Brasileira de Imprensa (ABI), Federação Nacional dos Jornalistas (FENAJ), Comissão de Direitos Humanos da OAB/SP, Sindicato dos Jornalistas de São Paulo, Comissão Justiça e Paz da Arquidiocese de São Paulo, família do jornalista Vladimir Herzog, Ouvidoria da Polícia do Estado de São Paulo e Fórum Permanente dos Ex-Presos e Perseguidos Políticos do Estado de São Paulo, o evento, encerrado com um coquetel oferecido aos convidados, também marcou os 32 anos da morte de Herzog e o 70o aniversário do sindicato dos Jornalistas de São Paulo.

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