quarta-feira, 21 de novembro de 2007

A força das armas começa a se impor contra a polícia baiana

Módulos metralhados, agentes feridos e mais de 41 policiais mortos, somente de janeiro a novembro deste ano. Cada vez mais freqüentes, as ações audaciosas dos criminosos evidenciam as deficiências do sistema de segurança pública na Bahia e coloca em cheque a proteção que, ao menos em tese, deveria ser garantida aos cidadãos. Somente na capital do Estado, nos quase 11 meses de 2007, foram mortos 35 militares e, pelo menos, seis policiais civis. A preocupação agora é que este seja apenas o início de uma guerra permanente entre policiais e bandidos.

De acordo com o Coronel Legsamon Mustafá, chefe do Serviço de Valorização Profissional da Polícia Militar, a situação tem gerado medo, insegurança e diversos outros problemas dentro da polícia. “Houve um aumento considerável dos casos de alcoolismo e depressão entre os policiais. Uma situação que, de fato, nos preocupa bastante”, afirmou. Ainda que nem todas as mortes de militares tenham sido em confronto com bandidos, é considerável o número de assassinatos de agentes por grupos de extermínio. Conforme Mustafá, providências estão sendo tomadas pelo Comando Geral da Polícia Militar no sentido de combater a criminalidade e aumentar a segurança dos policiais. “Sem dúvida, medidas estão sendo adotadas dentro do comando e esta situação terá de ser regularizada. A nossa preocupação, enquanto cidadãos e policiais, é grande e isso não pode continuar”, desabafou.

Para o chefe da Polícia Civil, delegado João Laranjeira, a criminalidade e os ataques a policiais precisam ser combatidos no sentido de desarticular os grupos. “O que a gente não pode permitir é que esses grupos de criminosos se organizem no sentido de criarem uma guerra permanente entre polícia e bandido, como ocorre em outros estados”, disse.

Em parceria com a Polícia Militar, a Polícia Civil já trabalha no desmembramento das quadrilhas que, segundo Laranjeira, estão maiores do que nunca. “Antes as quadrilhas eram apenas quadrilhas, com quatro, cinco, seis componentes, hoje as quadrilhas se transformaram em verdadeiras equipes de 15, 25 e, até mesmo 30 homens. Por conta dessa evolução dos bandidos, é preciso que a polícia esteja mais bem equipada e muito mais preparada para o combate ao crime”, disse.

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