O governador Sérgio Cabral Filho (PMDB) demonstrou irritação hoje ao reagir a perguntas que abordavam a corrupção policial em entrevista a correspondentes estrangeiros que trabalham no Rio. Ele citou a máfia italiana em resposta a dois repórteres daquele país, pediu respeito à Polícia Militar (PM) e afirmou a uma jornalista de Portugal que "quem corrompe também é corrupto" - ela havia dito que "a PM carioca é corrupta e boa parte das pessoas aqui seguramente já deu R$ 1 ou R$ 2 para essa polícia".
"Primeiro, a polícia não é corrupta. O que você está dizendo é um desrespeito a milhares de policiais. Segundo, quem corrompe também é corrupto. Eu não me incluo nessa lista e vi muitas reações negativas à sua fala", afirmou o governador. Ele admitiu que "há casos" de corrupção na PM, mas declarou: "Se as pessoas, quando abordadas por um policial corrupto, em vez de dar os R$ 2, denunciassem, seria mais fácil combater esses corruptos."
Um jornalista italiano perguntou ao governador se não é "perigoso" contratar mais policiais antes de uma reforma na PM. Ele citou a corrupção e o medo que a população tem de policiais que "estupram e matam inocentes". O governador retrucou: "Primeiro, você parte de um pressuposto até desrespeitoso. Não é verdade. A polícia é composta majoritariamente por trabalhadores que colocam suas vidas em risco defendendo o bem comum. É evidente que na Calábria e na Sicília há problemas de policiais envolvidos com a máfia. E nem por isso se parte do pressuposto de que a polícia é corrupta. No nosso caso também não. O fato é que precisamos aumentar o efetivo."
Na coletiva, Cabral anunciou que as obras do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) em favelas do Rio começam no dia 30, no Pavão-Pavãozinho, em Ipanema, na zona sul, com a presença do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Ele disse que se pudesse resolveria o problema sem dar um tiro, e reafirmou: "Esse é o enfrentamento que estamos tendo e continuaremos tendo."
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